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Graduanda em Química (licenciatura) pela Universidade Estácio de Sá e em Teologia pela Universidade Estácio de Sá. É pós-graduada, MESTRADO, pela ENSP/ FIOCRUZ em Ciências (2004) e pós-graduada LATO SENSU em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho pelo DECISUM/ UGF (2008-2009). Possui graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/ FND/ UFRJ (2007), graduação em Filosofia (bacharelado) pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro/ UERJ (2006), graduação em Ciências Sociais (bacharelado) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/ UFRJ (2002) e graduação em História (bacharelado e licenciatura) pela Universidade Federal Fluminense/ UFF (2000) e cursa especialização em Astronomia Planetária pela Academy Space.

E a Vida Continua é uma das mais conhecidas obras psicografadas por Chico Xavier, através do espírito André Luiz, que, como em outros livros da série, nos leva a reflexões sobre a vida após a morte e o aprendizado espiritual. Publicado originalmente em 1968, o livro tem o objetivo de esclarecer as questões da existência além da morte física, trazendo ao público uma visão da espiritualidade, a jornada do espírito após o desencarne e a importância da reforma íntima.

O livro é escrito com uma narrativa envolvente, mesclando acontecimentos do plano espiritual e do mundo material. A obra tem como ponto central o espiritismo, uma doutrina que busca entender os fenômenos espirituais e seus impactos na vida cotidiana.

Introdução à trama

A história de E a Vida Continua começa com um homem chamado Sérgio, que vive um profundo desespero e desorientação após seu desencarne. Ele era um homem comum, com dificuldades e sentimentos contraditórios sobre a vida, e, quando morre, se vê sem entender bem o que aconteceu. Ao acordar em um ambiente estranho, ele percebe que está no mundo espiritual, mas não tem a menor ideia de como ou por que isso aconteceu. Ele está num plano de existência que parece familiar, mas ao mesmo tempo desconcertante.

A chegada ao plano espiritual

Logo após sua morte, Sérgio se vê cercado por outros espíritos, alguns em situações semelhantes às suas, e outros que já possuem alguma compreensão do que está acontecendo. A primeira surpresa de Sérgio é o fato de não ter desaparecido completamente, mas sim se encontrado em um ambiente com características muito similares às da Terra, como a presença de outras pessoas e até mesmo edificações. Isso, no entanto, é apenas o início de uma série de descobertas sobre o mundo espiritual.

Ele se encontra com o mentor espiritual chamado Clarêncio, que logo se apresenta como um guia que irá orientá-lo durante sua nova jornada. Clarêncio começa a explicar a Sérgio que o mundo espiritual não é uma abstração, mas sim um plano de existência real, no qual os espíritos continuam a trabalhar e a aprender, com base nas experiências que tiveram durante a vida material. O mentor ressalta que, assim como na Terra, no plano espiritual há diferentes níveis de evolução, e que o espírito de Sérgio terá que passar por uma série de aprendizagens para compreender os erros que cometeu durante sua vida.

A obra do espiritismo e a continuidade da vida

O livro de Chico Xavier busca destacar o princípio fundamental da doutrina espírita: a continuidade da vida após a morte. A obra propõe que a morte não seja vista como um fim, mas como uma transição para um novo estágio de existência, onde o espírito continua a aprender, a evoluir e a melhorar. Para os espíritos desencarnados, o aprendizado é um processo contínuo, baseado nas vivências adquiridas na Terra.

À medida que a trama se desenvolve, a jornada espiritual de Sérgio se torna uma metáfora para todos os seres humanos que, muitas vezes, não compreendem o verdadeiro significado da vida e da morte. Os ensinamentos espirituais transmitidos por Clarêncio e outros espíritos mais experientes ajudam Sérgio a entender melhor o mundo em que ele se encontra, além de prepará-lo para as tarefas que deverá cumprir enquanto espírito desencarnado.

O mundo espiritual e suas dificuldades

Sérgio, ao longo de sua jornada, se depara com uma série de desafios, principalmente relacionados ao seu estado emocional. Ele ainda está preso a muitos sentimentos de raiva, culpa e ressentimento em relação à sua vida na Terra. É a partir dessa perspectiva que o livro começa a trabalhar o tema do autoconhecimento e da reforma íntima como um processo essencial para o progresso espiritual.

Os espíritos que se encontram em uma condição mais avançada espiritualmente, como o mentor Clarêncio, explicam que os espíritos que estão desencarnados não são seres infalíveis ou imunes a falhas. Eles também precisam trabalhar suas imperfeições, e a purificação espiritual é um processo contínuo e muitas vezes doloroso. Ao contrário do que se pensa em algumas concepções populares, no plano espiritual não há uma punição eterna para os erros cometidos na Terra, mas sim a oportunidade de aprender e corrigir os próprios erros.

Uma das mensagens mais importantes do livro é que, no plano espiritual, os espíritos continuam a viver em uma condição próxima àquela que tinham na Terra, e que o progresso é feito por meio do esforço individual. A morte não anula as falhas do ser humano, mas possibilita um novo ciclo de aprendizado e evolução.

Sérgio e o seu encontro com o amor

Ao longo de sua jornada no plano espiritual, Sérgio passa a entender a importância do amor como um princípio fundamental da vida, tanto na Terra quanto no além. Durante sua encarnação, ele nunca tinha compreendido de fato o que era o amor em sua essência. Seu comportamento egoísta e suas atitudes impensadas durante a vida o distanciaram de seus entes queridos e de sua própria felicidade.

Sérgio passa a ser guiado por seus mentores espirituais, que o orientam para que ele desenvolva o amor incondicional, a compreensão e a paciência. Ele aprende que o amor verdadeiro não é apenas um sentimento romântico, mas uma prática espiritual que envolve perdão, aceitação e o cuidado com o próximo.

A possibilidade de reencarnação

Outro tema relevante em E a Vida Continua é a reencarnação, um dos princípios basilares do espiritismo. O livro explica que, após a morte, os espíritos não permanecem eternamente no plano espiritual, mas têm a oportunidade de reencarnar, a fim de continuar seu processo evolutivo. O espírito de Sérgio, como muitos outros, tem a possibilidade de reencarnar, mas para isso precisa se preparar adequadamente, superando suas dificuldades espirituais e resgatando seus erros passados.

Esse conceito de reencarnação é fundamental para a doutrina espírita, pois oferece ao ser humano uma visão mais ampla sobre o sentido da vida e da morte. Ao encarnar, o espírito tem uma nova oportunidade de aprender e de se redimir, e a morte não é mais vista como um fim, mas como uma simples transição para um novo ciclo de experiências.

Conclusão e ensinamentos do livro

Ao final de E a Vida Continua, a história de Sérgio encontra um desfecho que simboliza o potencial de transformação e evolução que todos os espíritos podem alcançar. Ele, com a ajuda de seus mentores, consegue se libertar de seus sentimentos negativos, como a culpa e o ressentimento, e passa a compreender as verdadeiras lições que a vida lhe ofereceu. A obra deixa claro que, por mais difícil que tenha sido sua trajetória, a possibilidade de mudança é sempre possível, desde que o espírito busque sinceramente se melhorar.

O livro traz uma mensagem de esperança e fé, mostrando que a vida é um processo contínuo de aprendizado, e que a morte não é o fim, mas sim o início de uma nova etapa de crescimento espiritual. E a Vida Continua também propõe que a verdadeira compreensão da vida só pode ser alcançada quando o ser humano é capaz de olhar além do plano material, compreendendo os mistérios da existência e do espírito.

Além disso, a obra de Chico Xavier faz uma crítica às crenças materialistas e oferece uma visão mais profunda sobre o papel do ser humano no universo, destacando que a evolução espiritual está diretamente relacionada à transformação interior, ao autoconhecimento e à prática do bem.

Referência bibliográfica

Xavier, Chico. E a Vida Continua. 2. ed. São Paulo: FEB – Federação Espírita Brasileira, 1968.

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